Entenda por que o dólar está tão alto

29 de março de 2015, 17h19, por Alexandre Murari
Divulgação

O início do mês de março ficou marcado pela ascensão desenfreada do dólar em comparação ao real. Pela primeira vez em dez anos, a moeda ultrapassou a barreira dos R$3 afetando não só os economistas e investidores, mas a população em geral.

Para se ter uma ideia, o dólar vendido em nosso país passou de R$2,79 à R$3,19 no período entre janeiro a março. Em setembro do ano passado, a cotação estava abaixo de R$2,30. Tratando-se de centavos, esse movimento até pode parecer pouco, mas o aumento da moeda americana atinge, e muito, o nosso cenário econômico, pois encarece os produtos importados e interfere nos contratos fechados em dólar e, consequentemente, pressiona a inflação.

Segundo analistas, a diferença nos valores se manterá em um patamar elevado durante um bom tempo, já que o Brasil enfrenta uma crise econômica, e junto à pressão do cenário político, algumas empresas acabam evitando os investimentos em nosso mercado financeiro.

O QUE FAZ O DÓLAR AUMENTAR A CADA DIA?         

Além da crise política gerada pelos escândalos revelados no atual governo, o fato do Brasil ainda ser uma potência econômica e ter sua moeda valorizada em comparação a vários países da América Latina, também influencia na crise afastando o interesse destes países em nossa economia.

Problemas externos como o fortalecimento do mercado dos EUA e a crise política/financeira da Europa, também pressionam o câmbio. E ao que tudo indica a situação ainda pode piorar. Segundo especialistas, os norte-americanos pretendem até o meio deste ano, aumentar sua taxa de juros. Hoje ela se encontra em 0.25%.

COMO CONTER ESSA ALTA?

Ecomistas apontam que o governo tem o poder de interferir no mercado financeiro, porém não fazem isso no momento ideal. O Banco Central precisa atuar e conter a valorização do real ao mercado externo, pois o aumento da moeda pode ser útil para conter a inflação no presente, entretanto, gera certa instabilidade quando acontecem os ajustes de preços e salariais.

A manobra correta é desvalorizar o real em relação aos países que importam produtos brasileiros, assim, a exportação é impulsionada, gerando mais produção e atraindo o investimento externo no mercado nacional.

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