Entrevista: Batom na Cueca

27 de março de 2009, 08h34, por Da redação, por Tatiana Pires

Os garotos do Batom na Cueca convidam o público para cair na farra! O início de cada apresentação é marcado por grande euforia dos micareteiros de plantão que são embalados durante mais de três horas de show (tempo médio de cada apresentação da banda, e vale destacar que a maioria dos shows ultrapassa essa média).

Ouça músicas de Batom na Cueca

Fundado em 1996, em Brasília, o Batom na Cueca é formado por Mamê (vocalista), Xandoca (guitarra, violão e cavaquinho) e pelo trio: Adib, Maroca e Darlan (percussão geral).

O grupo que completou 12 anos de carreira em outubro de 2008, conquistou o público participando das principais micaretas do Brasil ao lado de artistas consagrados.

Inovando na linguagem musical, o primeiro DVD “Fazendo Farra ao vivo”, é composto por um “mix” de som e imagens de shows de trio elétrico e palco. O repertório com 20 faixas no DVD e 15 no CD conta com músicas inéditas: “Você e Eu”, “Vá Embora”, “Liberou”, sucessos que fazem parte da história da banda: “Arrasta”, “Fazendo Farra”, “Fazer Auê”, “Batom em Salvador” e também algumas regravações com novos arranjos como nos hits “Pescador de Ilusões”, “Bragadá” e “Amante Profissional”.

Batom na Cueca foi o primeiro grupo de axé music formado fora do mercado baiano a fazer sucesso nacional. Em entrevista exclusiva ao Kboing, o vocalista Mamê, fala sobre a trajetória e os planos da banda.

Kboing – Como foi o começo da banda?
Batom na Cueca –
A idéia de seguir o caminho da música partiu de um grupo de amigos que jogavam bola juntos todas as semanas, tocavam e cantavam por brincadeira, o que depois acabou virando coisa séria.

Kboing – Por que a escolha do nome Batom na Cueca?
Batom na Cueca –
Em um dos churrascos, que aconteciam semanalmente após os jogos de futebol, um dos integrantes na época acabou traindo sua namorada e, no dia seguinte, foi pego por ela com marcas de batom pela roupa, inclusive na cueca. Como a intenção era colocar um nome que chamasse muita atenção, veio a idéia de Batom na Cueca.

Kboing – Qual a avaliação que vocês fazem da trajetória da banda?
Batom na Cueca –
Vamos completar este ano 13 anos de carreira, já passamos por momentos ótimos, por momentos ruins, voltamos para o momento ótimo e assim a banda foi se fortalecendo interna e externamente. Na realidade, o potencial da banda foi confirmado nos momentos difíceis, assim como no futebol, conhecemos o craque nos jogos difíceis. E hoje com o lançamento do nosso primeiro DVD retratando toda a trajetória da banda, temos a certeza que vivemos o melhor momento, pois o reconhecimento pela mídia e pelos fãs está crescendo cada vez mais.

Kboing – Quantos CDs vocês já gravaram? Fale pra gente um pouquinho de cada um deles.
Batom na Cueca –
São 6 CD’s . Os dois primeiros, ainda no começo de carreira, no ritmo de pagode, a banda ainda estava procurando a sonoridade.
O terceiro foi praticamente autoral, gravado ao vivo em São Paulo na casa de shows A1. Depois, gravamos o quarto CD, também ao vivo, dentro de um Navio Universitário, onde acertamos no repertório com algumas canções inéditas e várias regravações.  Mediante ao sucesso, em 2006, mais um disco é lançado, o quinto da carreira, intitulado “Batom na Cueca 2006”, com a direção musical de Robson Nonato em parceria com o grupo. E, agora, viemos com o CD e DVD “Fazendo Farra ao vivo”, gravado no Citbank Hall em São Paulo e nas micaretas, Carnariopreto e Carnavotu, em cima do trio elétrico.

Kboing – Quais são suas influências musicais?
Batom na Cueca –
Como a banda veio de Brasília o rock sempre esteve com a gente, juntamente com o reggae. O axé music que sempre escutávamos era do Chiclete com Banana e Asa de Águia. Já as músicas internacionais que nos influenciou bastante foram as canções do U2 e Rush.
Kboing – A banda tem alguma superstição antes de subir no trio?
Batom na Cueca – Procuramos sempre agradecer a Deus, às vezes em conjunto. Sempre agradecendo a oportunidade de estar subindo mais uma vez ao palco e fazendo a alegria de milhares de pessoas.

Kboing – O último trabalho foi lançado ano passado, com o CD e DVD. Dentre as músicas que você gravaram existe alguma preferida? Qual?
Batom na Cueca –
Gosto de todas as canções do DVD, principalmente as autorais, “Vá Embora”, “Gosto do Beijo”, “Arrasta”, entre outras. No entanto, o famoso “Corredor”, que inventamos em 2007, não tem como deixar de mencionar, ou seja, a requisitada música “Fazendo Farra”, que está virando hit nacional. Essa música ressalta uma brincadeira gostosa, onde os foliões abrem um corredor gigante na frente do palco ou na avenida.

Kboing – O Batom na Cueca iniciou cantando músicas de artistas já consagrados. Atualmente a banda vem conquistando cada dia mais sucesso e com músicas próprias. Quais os próximos projetos que vocês têm para se consolidar no mercado?
Batom na Cueca –
Estamos tendo uma aceitação muito boa de nossas músicas já há algum tempo e, agora sem dúvida, o projeto é continuar fazendo nossas músicas do jeito que entendemos que a galera quer ouvir. Já estamos inclusive compondo e selecionando músicas para um próximo trabalho que deve começar a ser gravado ano que vem.

Kboing – Quais as maiores dificuldades o Batom na Cueca enfrentou até agora no cenário musical brasileiro?
Batom na Cueca –
As dificuldades sempre existem, elas apenas mudam de nome em cada fase da sua carreira. O primeiro problema é ser uma banda de axé e não ser da Bahia (esse já passou), depois vem o problema de não ter gravadora, ser uma banda independente (esse também já superamos ) e por aí vai, as dificuldades não param .

Kboing – Muitos grupos novos aparecendo e dentre eles muitos talentos. Vocês acham que têm lugar pra todo mundo fazer sucesso?
Batom na Cueca –
Isso não temos dúvida, com certeza. O Brasil do tamanho que é, tem e sempre terá espaço para todos, cabe a cada um ir se renovando e se atualizando para estar sempre dentro desse mercado.

Kboing – Como vocês enxergam o Axé Music atualmente? A mídia hoje em dia dá mais espaço para o segmento?
Batom na Cueca –
Nestes quase 13 anos de carreira, posso dizer que sim. É um estilo musical que leva energia positiva, alegria, amor...é o que todo mundo quer, sentir emoções. Hoje, você liga o rádio ou a televisão e sempre escuta ou assisti um artista do axé music. Um detalhe, não só no verão e sim o ano inteiro.

Kboing – Qual a opinião da banda em relação à Internet que possibilita o download de músicas? Você acha que ela mais prejudica ou ajuda os artistas, na medida que divulga o trabalho?
Batom na Cueca –
Temos que viver em sintonia. Cabe a cada um se atualizar. Nós, particularmente, usamos e sempre vamos usar esta ferramenta. Hoje, a internet é a forma mais rápida que você tem para divulgar sua banda, em nossa página, por exemplo, disponibilizamos downloads de várias músicas. O legal é que através dos downloads recebemos o feedback da aceitação do nosso trabalho.
Sites como Orkut e Youtube já não são segredos para mais ninguém, quando alguém quer saber algo de alguma banda vai no portal personalizado.
Acredito que a indústria fonográfica deva estar perto de chegar a uma solução para a pirataria, pois aí já estamos falando de crime. Agora, a internet como divulgação para uma banda é essencial. Quem não tem um site bem formatado, uma boa divulgação, música para downloads...fica para trás.

Kboing – Por favor, deixe uma mensagem para os fãs do Batom na Cueca.
Batom na Cueca –
Acreditamos sempre no nosso público, se hoje estamos aqui é, sem dúvida, por causa deles. Podem ter certeza, estaremos sempre fazendo músicas de coração, recebendo a energia de vocês e retribuindo através das nossas canções. Pode ser que não tenhamos ainda o maior público do Brasil, mas, com certeza, temos o melhor.