Quando o apito da fábrica de tecidos 
Vem ferir os meus ouvidos, eu me lembro de você 
Mas você anda sem dúvida bem zangada 
Ou está interessada em fingir que não me vê 
Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
Por que não atende ao grito tão aflito 
Da buzina do meu carro? 
Você no inverno sem meias vai pro trabalho 
Não faz fé em agasalho nem no frio você crê 
Você é mesmo artigo que não se imita 
Quando a fábrica apita faz reclame de você 
Nos meus olhos você lê como eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente impertinente 
Que dá ordens à você 
Sou do sereno, poeta muito soturno 
Vou virar guarda-noturno e você sabe por quê 
Mas você não sabe que enquanto você faz pano 
Faço junto do piano esses versos pra você
compositores: MARTINHO JOSE FERREIRA, NOEL ROSA, RILDO ALEXANDRE BARRETO DA HORA
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