Com Alma de Campo

Luiz Marenco

Rancho de tava fronteira atilho firmando a guincha
Nascer do sol que relincha com olhos de recolhida
Ritual da estância na lida na hora do buenos dia
Mas segue escondendo a cria na espera da recolida

Ao trote cruzo a invernada que faz divisa com o passo
E manço sigo o compasso da meloria assoviada
Pra revisar as aquadas do bordonear do alambrado
Perigo de um atolado nos meses de chuvarada

Manhã de vento soprando faz um floreio no pala
E o som do campo não cala pra quem recorre tinflando
É como tropear cantando se traz alguém pro costado
Mirando so mente o gado e algum terneiro berrando...

Manhã de vento soprando faz um floreio no pala
E o som do campo não cala pra quem recorre tinflando
É como tropear cantando se traz alguém pro costado
Mirando so mente o gado e algum terneiro berrando...

E o dia se para pouco nas voltas de uma atracada
Vaquilhona zebuada com gana de ganha grota
Quase que se descogota na pontaria do braço
E pingo cinchando laço do contra firme da bota..

A noite boleia a perna a espera de um novo dia
Uma cambona que chia num fogo manço de aroeira
O lombo cala a basteira na ringideira das horas
E uma linda na memória que o pensamento ponteia.

A noite boleia a perna a espera de um novo dia
Uma cambona que chia num fogo manço de aroeira
O lombo cala a basteira na ringideira das horas
E uma linda na memória que o pensamento ponteia.


compositores: Fernando Soares,Juliano Gomes
01:25
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