Eu ali tô me lembrando 
De um bom cumpadre que eu tinha 
Valente como o diabo 
Pior que galo de rinha 
Quando o cumpadi puxava 
Sua faca da bainha 
Até a própria polícia 
Prometia, mas não vinha...
Encontrou um morador
Lá do rio Tabacaí 
E na costa deste rio 
Ninguém mais pescava ali 
Porque diz que aparecia 
Uma cobra sucuri 
E aquela cobra fazia 
Todos o pescador fugi...
Eu contei pro meu cumpadre 
Ele garrou, pegou o a rir
Convidou pra nóis i lá
Ai eu já me arrependi 
Pra ele não embravecer 
Eu fui obrigado a ir 
Lá na costa deste rio 
Ver a cobra sucuri...
Nóis chegamo na barranca 
Eu senti um arrepio 
Mais eu quando vi a cobra 
O meu cumpadre também viu 
Na água fez uma onda 
Na onda a cobra subiu 
E ainda por desaforo 
Deu uns quatro ou cinco pio...
Meu cumpadre vendo a cobra 
Já foi largando as tamancas
Deu um jeitinho no corpo 
E na sua facarranca 
A cobra veio piando 
Veio subindo a barranca 
E eu também já fui subindo 
Num pé de figueira branca...
Lá de cima eu tava vendo 
Como um homem se desdoobra 
Ai vi que o meu cumpadre 
Tinha destreza de sobra 
Ele foi dando um jeitinho 
Foi fazendo uma manobra 
Invés de a cobra come ele 
Ele é quem comeu a cobra...
Depois da cobra comida 
Meu cumpadre embraveceu 
Olhou para mim e disse: 
Por que foi que tu correu? 
Ora, ora, meu cumpadre
Tu bem sabes quem sou eu
Eu tava louco de medo
Da cobra que tu comeu...
compositores: Gildo Freitas
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