Teste mostra possibilidade de acabar com o vírus do ebola

31 de julho de 2015, 14h14, por Marayná Freitas
Eddie KeoghProdução da vacina contra o vírus ebola no Instituto The Jenner em Oxford, na Inglaterra

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados nesta sexta-feira, dia 31, os testes realizados em Guiné, continente africano, mostraram que uma vacina contra o vírus do ebola foi 100% eficaz e pode acabar com o surto da doença.

A vacina VSV-ZEBOV, da Merck e NewLink Genetics, testou cerca de 4.000 pessoas que tiveram contato próximo a indivíduos com caso de ebola confirmado e, após dez dias, constatou 100% de proteção nos que foram testados.

Marie Paule Kieny, especialista em vacinas, da OMS, falou à imprensa de Genebra que esses resultados foram "notáveis" e foram considerados uma "virada no jogo". "Acreditamos que o mundo está prestes a ter uma vacina eficaz contra o ebola".

Margaret Chan, diretora-geral da OMS, contou que os resultados, que foram publicados na revista médica online "The Lancet", são um "desdobramento extremamente promissor" e que "vai mudar a gestão do atual surto de ebola e de futuros surtos".

Sabe-se que o pior surto da doença, detectado em dezembro de 2013, matou mais de 11.200 pessoas na África Ocidental.

Tais resultados positivos e também outros experimentos de imunização foram possíveis graças ao esforço dos pesquisadores, que aceleraram os estudos para conseguirem testar vacinas e terapias enquanto o ebola ainda estava em evidência. De acordo com John-Arne Röttingen, chefe da área de controle de doenças infecciosas no Instituto Norueguês de Saúde Pública, os estudiosos sabiam que "era uma corrida contra o tempo e que o experimento tinha de ser realizado sob as circunstâncias mais difíceis".

Os pesquisadores do Médicos sem Fronteiras (MSF), responsáveis pelos testes da VSV-ZEBOV e que lutam diariamente contra o vírus do ebola na África Ocidental, estão esperançosos em levar a vacina para outros focos do surto, como em Serra Leoa e na Libéria, por exemplo. A entidade afirma que, dessa maneira, será possível quebrar cadeias de transmissão e proteger os trabalhadores de saúde na linha de frente do atendimento aos doentes.

Fonte: REUTERS/UOL

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