Relembre seis canções que marcaram alguns protestos brasileiros

14 de junho de 2013, 17h05, por Amanda Ramalho

Muitos, talvez, não irão se lembrar, mas todos já estudaram ou irão estudar sobre a Ditadura Militar. Uma forma de governo no qual o poder político era controlado por militares. Isso aconteceu há muito tempo, em 1964. Mas 49 anos depois, uma nova manifestação popular em São Paulo (contra o aumento da tarifa do transporte público) nos fez relembrar esses anos de tormentos.

Diversas pessoas foram punidas, várias sumiram e muitas, claro, morreram. O Brasil se calou. A população sem voz buscava formas de expressar e exigir seus direitos. Grandes nomes da música brasileira resolveram cantar o que milhares de brasileiros estavam sentido. Separamos aqui seis canções que marcaram a época da Ditadura.

- Ouça também a playlist só com as músicas dessa época!

Lançada em 1967, por Caetano Veloso, a música "Alegria, Alegria", fala sobre a ironia, a rebeldia e o anarquismo. Cidadãos oprimidos, abuso do poder, violência e más condições educacionais e culturais também são temas pautados na canção.

"Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdidos de armas na mão. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: de morrer pela pátria e viver sem razão". Trechos da canção de Geraldo Vandré, de 1968, "Caminhando (Pra não dizer que falei das flores)" também ecoaram por muito tempo.

"Cálice", de Chico Buarque foi composta em 1973, fazendo menção a oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim do Getsêmane: "Pai, afasta de mim este cálice. Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue". Chico explorou a sonoridade e o duplo sentido das palavras "cálice" e "cale-se" para criticar o regime já que para os ditadores o silêncio também era uma forma de morte.

Raul Seixas lançou em 1973 “Mosca na Sopa”. Utilizando como metáfora, o povo sendo a “mosca” e, a ditadura militar, “a sopa”. Dando a entender que o povo incomodava e que não poderia ser eliminado, pois sempre existirão aqueles que se levantam contra regimes opressores.

Elis Regina, em 1979, representou o pedido da população pela anistia geral em "O Bêbado e o Equilibrista".

Caetano Veloso já cantava em 1968, "É Proibido Proibir". A faixa era uma manifestação das grandes mudanças culturais que estavam ocorrendo no mundo na década de 60.