Fotógrafa traz novo olhar sobre a Síndrome de Down

21 de março de 2017, 16h02, por Alexandre Murari
DivulgaçãoMariana Pastore

Hoje, dia 21 de março, celebra-se o Dia Internacional da Síndrome de Down.

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Criada pela Down Syndrome International para conscientizar e orientar as pessoas sobre a necessidade de lutar pelos direitos igualitários dos portadores de Down, o dia vinte e um do três foi escolhido em alusão aos três cromossomos no par 21, o que é característico nos portadores da Síndrome de Down, ela, que se desenvolve quando as células do embrião são formadas com 47 cromossomos, sendo que o 'normal' seriam 46 cromossomos.

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Como a data sempre é lembrada por vários profissionais, que buscam contribuir para a visibilidade e representatividade dos portadores de Down, aproveitamos para conversar com a fotógrafa Mariana Pastore, de São José do Rio Preto - SP, que, em 2016, ao lado de seu namorado Bruno Rossete, realizou a exposição "O Mundo Por Outros Olhos" (confira na galeria ao fim da entrevista) para despertar um novo olhar na sociedade perante a síndrome de down.

Divulgação

No mercado fotográfico do Noroeste Paulista há quatro anos, Mariana, que começou a sua carreira após ser influenciada pelo namorado, foca seu talento na área infantil, gestante e família. Mas foi em uma sessão de fotos em um casamento que ela teve a ideia do projeto.

Confira abaixo o bate-papo com Mariana Pastore:

Kboing: Bom, Mariana, de onde e quando surgiu a ideia do projeto voltado aos portadores de Síndrome de Down?

Mariana Pastore: Tudo começou quando o Bruno e eu fotografamos um casamento de uma noiva que tem um irmão com síndrome de down, e ele estava lá dançando e se divertindo com a namorada dele, que também tem síndrome de down. Eles me despertaram a curiosidade de conhecer mais sobre o assunto e, a partir daí, começaram a surgir várias ideias. Quando imaginei o projeto iria fotografar apenas três crianças para postar e fazer uma homenagem ao Dia Mundial da Síndrome de Down. As fotos foram feitas por mim e pelo meu namorado. Ele me incentivou desde quando tive a ideia de fazer as fotos das três crianças, e por isso quando vi que a quantidade de pessoas aumentou, chamei ele para fazer essa parceria para a exposição.

Kboing: Como foi para encontrar os modelos? E, durante a sessões, como foi a relação e o contato com eles?

Mariana Pastore: Eu pensei que iria ser difícil, mas entrei em contato com a noiva que fotografamos para saber se ela tinha indicação de crianças para participar das fotos, e por sorte a mãe dela tem o Centro do Desenvolvimento Humano, organização formada pela iniciativa de um grupo de profissionais que detém experiências na avaliação e programa do desenvolvimento de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem ou cognitivas, e ela me indicou algumas crianças. Aí as mães foram contando umas para as outras e eu recebia mensagens delas querendo que o filho participasse do projeto. Quanto as fotos, foram muito divertidas. Eles são muito carinhosos e a maioria deles já se conheciam, então foi uma festa!

Kboing: A intenção do projeto é despertar na sociedade um novo olhar perante à síndrome de down, ok? E, para você e os envolvidos, as fotos mudaram a maneira de enxergar a pessoa com síndrome de down? O que mais lhe tocou?

Mariana Pastore: Acredito que o que mais me tocou foi ver as pessoas olhando a exposição, e vendo o quanto que estes jovens e crianças estão incluídos na sociedade. Acredito que mudou muito o olhar das pessoas que não conheciam sobre o assunto. E isto será a lição que todos devem aprender: a inclusão é a chave para o fim de qualquer tipo de pré-conceito.

Kboing: E quanto a repercussão do projeto, como ele foi aceito pelas pessoas?

Mariana Pastore: O projeto foi muito bem aceito. Quando postei as fotos no Facebook elas tiveram muita repercussão, compartilhamentos e comentários nos parabenizando pelo projeto. Tiveram até algumas mães de crianças com Síndrome de Down que me adicionaram e mandaram mensagem parabenizando e mandando fotos dos filhos.

Kboing: Então é possível dizer que o projeto mudou a sua vida?

Mariana Pastore: Com certeza. Foi uma experiência incrível para nós. Como nunca tivemos contato com pessoas com down, não sabíamos o quanto são maravilhosos. Foi lindo, eles são muito amorosos, ficamos encantados com cada um deles, pois cada um tem um jeitinho diferente.

Saiba mais sobre os projetos e trabalhos de Mariana Pastore no site www.marianapastore.com.br