Cobertura SXSW: A queda do Mainstream

15 de março de 2011, 17h32, por por Vigilante

A programação de música do SXSW 2011 nem começou oficialmente, e ela já está por todos os lugares. Afinal a separação que existe entre Filme, Música e Interatividade na escalação oficial do festival não é tão ao pé da letra e todos os temas se misturam o tempo todo. Alguém ali na fila da escada rolante, aliás, acabou de dizer que não aguenta mais ouvir detransmídia esse ano aqui. É mais ou menos por aí: muita coisa para assitir, ao mesmo tempo.

E foi se dividindo, tática de guerrilha comum para acompanhar o festival, que o Vigilante acompanhou 2 incríveis painéis no fim de semana. De um lado da rua, Ge Wang co-fundador da Smule Inc, uma empresa especializada em criar aplicativos para iPhone e iPad, mostrava algumas de suas criações, entre elas um aplicativo que transforma o seu iPhone numa ocarina e que consegue, inclusive, identificar a força do assopro no microfone dosmartphone e fazê-la influenciar no som. O mote deles? Qualquer um pode fazer música com esses aplicativos hoje, mesmo que nunca tenha tocado um único instrumento em toda a vida.

Do outro lado da rua, no Centro de Convenções, a equipe de marketing por trás das brilhantes ações do seriado "True Blood", da HBO, contava um pouco das suas experiências e estratégias de promoção online e apresentava em primeira mão aos fãs um hilário vídeo de Snoop Dogg parodiando todos os personagens principais da série. Afinal, esse é o lema deles: se o material original, a série em si, é sensacional a ponto de estimular a imaginação dos fãs, não há porque realizar qualquer ação a menos que ela interaja diretamente com o conteúdo em si, expandindo as idéias e acontecimentos. Cada personagem interage em redes sociais como se existisse pra valer e criam sites para venderem produtos, penduram cartazes de "Procurados" por blogs e sites...

Nas palavras deles, para a HBO, 250mil fãs realmente apaixonados pela série são mais importantes do que 3 milhões de fãs que a assistem só para passar o tempo. Curiosamente, e eles certamente não combinaram um ataque conjunto à cultura pop mainstream, mas essa idéia foi reiterada pelo diretor James Gunn, que apresentou no último sábado pela primeira vez o filme "Super", uma espécie de "Kick-Ass" existencialista, ainda mais radical, violento e divertido do que o seu par. Por diversas vezes, brincou que a sua produtora era louca por ter aceitado bancar um filme como aquele. Mas, por outro lado, o grande problema de Hollywood, para ele, era tentar agradar ao máximo de público possível, sacrificando com isso as opções artísticas.

É, o indie aqui no SXSW está mesmo com algumas idéias ousadas e muito bem argumentadas. E como logo ali pode estar acontecendo a próxima banda, filme ou Zuckerberg, vamos nos desligando aqui, prometendo tentar não deixar nenhum deles escapar. Té já!