E vejo lá na XV de novembro encruzilhar
Uma menina, suas tralhas, seus demônios
Feito quilha afiada à rasgar,
Na cocaína lhe vaza da coriza e o sangue que dá,
Lhe molda a boca a fala é muito rouca,
Por isso ela ensaia suas mãos mendigando em balbuciar,
Sem saber
Quando esbugalhava seus olhos
Dava pra ver no globo, das trevas crepitar
As gretas e mazelas, espíritos e velas
A força que arrebata um novo feto dela
Se cobre de penúria, descobre em cada fúria
Um jeito de chorar, sequer não há uma gota
De vida esse lúgubre olhar
Nessa encruzilhada a madrugada amaldiçoou
Sopram ventanias e os espectros do velho
Exú protetor resolve encarnar
A menina se alucina,
Retorcendo as retinas para trás
Cada anomalia emergente,
Era a dor que haveria de ser
E certamente o mesmo tom de voz já começa a mudar,
Fica mais grave porquê o ocultismo
Das próprias palavras enganavam os ouvidos
Aqui do meu entender
Já completamente encarnado, dava pra ver de novo
No globo se entrevar olhava-me de quina,
No corpo da menina e já pronunciado,
Ele se comunica, me diz que sou culpado,
Que nada justifica eu querer ajudar
E que mereço ver a menina no estado que está
Disse que a miséria é consequência de governar
Minha ignorância e o desdém que dou para se politicar
E ver a importância do mal que isso atrela
É como beber sangue do sacrifício dela,
Que mesmo a catacumba aberta pra quizumba,
Sabe me vigiar e voltará no próximo voto que eu justificar