Disse o que se disse e ficou por dizer
Trocou-se a meiguice por puro prazer
Fez-se uma tolice ninguém se quis arrepender
Deu-se uma risada e o eco voltou
Numa gargalhada que não se escutou
Era quase nada o riso de quem se libertou
Mas se esse não era eu nem nenhum de nós
Mas se esse não era eu era minha a voz
Com uma multidão que gritava infeliz
Caminhando rua pelo meu país
Entoando esse canto que ainda está por compor
Uma multidão que grita febril
Caminhando nua através do Brasil
Descobrindo no arco-íris uma oitava cor
Uma borboleta começa a voar
Pedra que se move no fundo do mar
O mundo gira mais de pressa, gira mais devagar
Uma borboleta voando em pequim
Pedra que se move no fundo de mim
O mundo vive sempre como que a beira do fim
(??) com um violão
Leu-se a partitura fez-se uma canção
Chamou-se a ternura a força do mais puro tesão
Posse a vagabunda a dançar com o rei
Perdeu-se um segundo com o fora da lei
Foi o fim do mundo e o fim de que eu acreditei
Mas se esse não era eu nem nenhum de nós
Mas se esse não era eu era minha a voz
Com uma multidão que gritava infeliz
Caminhando rua pelo meu país
Entoando esse canto que ainda está por compôr
Uma multidão que grita febril
Caminhando nua através do Brasil
Descobrindo no arco-íris uma oitava cor
Uma coisa assim que não tem explicação
E falava fundo em qualquer coração
E crescia dia após dia como som de um trovão
É uma coisa linda que me aconteceu
Quando a multidão depois se dissolveu
Vi o mau país afinal o Brasil era eu