Quem tem mulher que namora, quem tem burro empacador
Quem tem a roça no mato me chame que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro empacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora
No estado de Goiás meu pagode está mandando
O bazar do Valdomiro em Brasília e o soberano
Do repique da viola balanceia o chão goiano
Vou fazer a retirada e despedir dos paulistanos
Adeus que eu já vou embora que Goiás tá me chamando
Eu moro lá num recanto onde ninguém me amola
Numa casa ao pé da serra mora eu e a viola
O sapo mora no brejo o sabiá na gaiola
Minha voz mora no peito e meus versos na caixola
Palhaço mora no circo, a rima na poesia
O uirapuru lá na mata, na festa mora a alegria
O rico mora no centro pobre na periferia
Num casebre em Nazaré morou a virgem Maria
Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada e bebo pingo de orvalho
Chora viola
Eu ando de pé no chão piso por cima da brasa
Quem não gosta de viola que não ponha o pé lá em casa
A viola está tinindo cantador tá de pé
Quem não gosta de viola brasileiro bom não é
Chora viola