Entrevista: Forfun

17 de abril de 2009, 09h00, por Da redação, por Tatiana Pires

8m oito anos na estrada, os cariocas do Forfun, revelam as mudanças que a banda passou desde a formação até hoje. Maturidade que resultou na formação de um estilo musical próprio.

O novo álbum, “Polisenso”, gravado em 2008, vem agradando os fãs da banda, que mesmo lançado recentemente, já está na ponta da língua da galera que acompanha os shows do quarteto.

Formado por Rodrigo Costa (baixo e voz), Danilo Cutrim (guitarra e voz), Vitor Isensee (guitarra e programações midi) e Nicolas Christ (bateria), o grupo deve praticamente todo o seu sucesso à divulgação via internet. Atualmente atingindo todas as mídias, a banda vem conquistando a cada dia que passa mais fãs.

Acompanhe entrevista realizada com um dos integrantes do Forfun, Vitor Isensee:

Kboing – Como surgiu a banda Forfun?
Forfun –
A banda surgiu em 2001. A gente tinha afinidade musical, gostava de tocar junto e começamos a compor algumas músicas, passamos a ensaiar e estamos nessa estrada já faz oito anos.

Kboing – Qual o motivo para a escolha do nome Forfun?
Forfun –
O motivo principal é que a gente gosta dessa expressão que vem do inglês, por diversão (for fun). E é bem esse o estilo da banda mesmo, tentar dar uma cara sem compromisso, sem peso, uma coisa bem leve.

Kboing – Forfun foi uma das primeiras bandas a ter seu trabalho divulgado na Internet e em conseqüência disso atingiu outras mídias. Como foi essa história?
Forfun –
Foi uma coisa bem intencional porque, na verdade, a internet era a única coisa que a gente tinha. A banda estava muito no começo (ainda estamos no começo, temos muitas coisas para fazer), ninguém nos conhecia, precisamos divulgar nosso trabalho, o que a gente tinha era a Internet. Ao mesmo tempo em que foi intencional, foi intuitivo porque é aquela coisa quem não tem cão caça com o gato...

Kboing – Os dois primeiros discos da banda foram bem recebido pelo público. Qual a expectativa em relação ao novo álbum Polisenso?
Forfun –
A receptividade do público está bem legal porque faz pouco tempo que a gente lançou o disco e tocando as músicas novas nos shows notamos que já tem muita gente cantando. Isso deixa a gente bem satisfeito porque rapidamente a galera já está assimilando. Agora é trabalhar e divulgar muito esse disco, que representa muito para a banda, pois ele marca uma fase já adulta, os outros lançamentos tinham sido há tempos atrás, numa fase bem mais nova da gente. O disco tem essa representatividade toda e a expectativa é justamente conseguir mostrar isso para todo mundo.

Kboing – Qual o motivo do disco ser chamado Polisenso?
Forfun –
Vem da idéia de diversidade, poli de muitos e senso de sentido, uma coisa sujeita a muitas interpretações. A intenção é dar uma idéia de diversidade mesmo.

Kboing – Como foi a escolha do repertório?
Forfun –
Não teve muita escolha não, a gente foi colocando as músicas que estávamos compondo. Muita banda costuma deixar algumas músicas de fora, a gente não deixou não deixou nenhuma de fora desse álbum, tudo o que a gente fez, nós colocamos.

Kboing – Quais as influências musicais da banda?
Forfun –
A gente ouve bastante música brasileira e estrangeira também. Hoje em dia podemos dizer que somos muito influenciados por Bob Marley, Jorge Ben Jor, Os Novos Baianos, a banda americana 311, Sublime...acho que as influências são muitas, são bem diversas, coisas que a gente lê também, livros, às vezes filmes, enfim, coisas que vamos percebendo.

Kboing – Vocês se consideram uma banda de hardcore?
Forfun –
A banda hoje, já não está se limitando ao rock, a gente mistura bastante outros ritmos, o reggae, ritmos latinos, muitas coisas de timbres eletrônicos. A banda está procurando uma identidade, tentando fazer uma coisa original, uma mescla mesmo, de misturar coisas. Esse disco Polisenso mostra bastante isso, ouvindo o disco você pode perceber que tem momentos que são mais rock’n roll, mas tem muitos momentos também com outros estilos, momentos mais leves.

Kboing – Qual a diferença de Forfun quando começou a tocar e hoje?
Forfun –
Primeiro a experiência que a gente adquiriu ao longo desses oito anos. A gente vive da música, então é nossa profissão, além de ser uma coisa que nos dá muito prazer é nosso trabalho, então naturalmente você vai ficando mais profissional, vai ganhando mais experiência, vai adquirindo mais bagagem. A diferença mais perceptível está na música, você ouvindo nossos primeiros discos e ouvindo esse disco agora você vê que banda realmente passou por uma longa estrada, que já assimilou outras coisas, outras novidades, etc e tal.

Kboing – As letras da banda têm muitos trechos que retratam costumes cariocas. Vocês não têm receio de isso limitar o alcance do trabalho ao público do Rio?
Forfun –
A gente nunca teve esse receio não. A mudança no estilo musical não foi premeditada, não intencional. No disco Polisenso há uma ou outra expressão que seja regional do Rio, mas a gente transita muito bem, graças a Deus, por várias culturas diferentes. Tanto é que como a gente nunca teve esse receio, como sempre foi uma coisa baseada na sinceridade isso passou para o público e a gente tem assim graças a Deus um público muito fiel e muito legal em outros estados, em São Paulo, Porto Alegre, todo o sul do Brasil, nordeste, que a gente já foi várias vezes....hoje em dia, mais ainda, o Forfun não tem absolutamente uma limitação de região ou de cidade, muito pelo contrário, a gente quer falar para o maior número de pessoas possível, seja carioca, paulista, brasileiro, americano, japonês até marciano (risos)...

Kboing – Quem são os compositores da banda?
Forfun –
Todo mundo compõe, é uma coisa assim bem misturada. Cada um chega com uma ideia, às vezes de letra, de arranjo, e vai misturando, vai mostrando e acaba que todo mundo participa, não tem jeito.

Kboing – Onde vocês buscam inspiração para as composições?
Forfun –
Bastante coisa do cotidiano, acho que acaba sendo assim com qualquer artista. Realmente a inspiração às vezes vem de uma frase que você ouviu, ou assunto que apareceu numa conversa ou algo que você leu num livro. Enfim, a inspiração não tem muito um momento para acontecer, o que a gente tenta é estar com a antena ligada para quando vier.

Kboing – Como vocês lidam com o assedio das fãs?
Forfun –
Com a gente não rola muito esse tipo de coisa, até pela temática da banda, as pessoas percebem que nós estamos mais interessados na música realmente. Mas quando acontece uma ou outra demonstração de afeto, de carinho exarcebada, a gente trata da melhor maneira possível, sempre tentando colocar as pessoas na mesma posição que nós, acho que não pode existir esse degrau entre artista e público, temos que mostrar que somos todos seres humanos.

Kboing – Deixe um recado para os fãs da banda.
Forfun –
Queria deixar um grande abraço, um abraço bem forte para toda a galera que está entrando aí no Kboing acessando o conteúdo. Muita felicidade, muita saúde para todos e esperamos nos ver em breve em algum show do Forfun.